Já está mais que comprovado que a prática do esporte com regularidade traz inúmeros benefícios para a saúde física e mental dos praticantes; no caso dos portadores de necessidades especiais, a prática esportiva além de melhorar a qualidade de vida, a autoconfiança, autoestima, firmar a coordenação motora, o equilíbrio, tem também o importante papel de interação social em via de mão dupla: de um lado a mudança da visão da sociedade com relação às pessoas portadoras de necessidades especiais e do outro, a crença do próprio portador na realização das atividades desejadas, considerando as limitações e adaptações.
Apaixonada pelo tênis de mesa e sempre disposta a trabalhar com projetos especiais, com perseverança e muita dedicação Dani desenvolve desde 2006, projetos de inclusão para portadores de necessidades especiais.
Os resultados do atleta “Paulo Salmin” foram frutos desse trabalho e superaram expectativas: foi sob o comando da técnica Daniela Bassi que Salmin conseguiu se classificar para o Para-Panamericano de Guadalajara/México – conquistando as medalhas de ouro e prata, nas categorias equipe e individual, resultados que lhe renderam também a vaga para a Para-Olimpíada de Londres/2012. “Trabalhar com portadores de necessidades especiais é muito gratificante, porém, exige estrutura física e equipamentos adequados a cada uma das realidades, de forma que a falta dessas condições faz com que verdadeiros talentos sejam deixados de lado ou limita o número de atletas que podem ser beneficiados por diferentes projetos”, afirma Dani.
Dagoberto Alasmar, cadeirante, vítima de poliomielite aos três anos de idade, hoje, aos 40, fala dos benefícios do esporte e em especial do tênis de mesa em sua vida: – “… Eu tenho uma história de vida ligada ao esporte, já fiz natação, xadrez e basquete, sem nunca ter recebido qualquer tipo de apoio da prefeitura ou de qualquer outro órgão com programa assistencial; quando conheci a Daniela, técnica da AJTM, através do interesse dela em apoiar e levar o deficiente para o esporte, depois de vários convites, resolvi aceitar e, foi mais um grande acerto na minha vida”. “Quando iniciei a prática do tênis de mesa, eu estava fazendo tratamento de bloqueio da dor no ombro devido um problema na cartilagem – típico de deficiente – e também fisioterapia, com a prática do tênis de mesa, algum tempo depois, não mais precisei desses tratamentos que foram substituídos pelo esporte”.
Além do término do sedentarismo que teve por consequência vários benefícios físicos, Dagoberto também ressaltou a importância do esporte para a ressocialização e autoestima:- “Hoje, posso dizer que a minha autoestima está em alta… é difícil falar a respeito, definir, quantificar… sinto-me muito bem”. “A ressocialização também é outro ponto muito positivo na prática do esporte, como atleta não me sinto um cadeirante, principalmente quando estou em um campeonato some totalmente a questão – ser deficiente – me sinto apenas como um atleta pronto para encarar qualquer adversário; sem contar que também sinto as pessoas me olhando apenas como atleta que sou e não como um deficiente”.
Dagoberto afirmou ter se encontrado no tênis de mesa e elogiou o trabalho da técnica Dani:- “Pratico o tênis de mesa há um ano e meio e confesso ter me apaixonado pela modalidade; já participei de vários torneios pela Liga Paulista, Jogos Regionais e até Campeonato Brasileiro, mas, infelizmente não há no presente momento nenhum apoio do município, o que faz com que eu fique fora de muitas competições que poderiam ter resultados bastante positivos tanto para Jaú quanto para o paratleta”. “Outro detalhe importante é o trabalho que o técnico desenvolve com o portador de necessidades especiais; A Dani é fantástica, sou muito grato a ela, seu empenho é fora de série e os resultados estão aí para quem quiser ver… um paratleta exige mais atenção e por isso, além de preparo e competência profissional do técnico, trabalhar com portadores de necessidades especiais tem que ser opção e não imposição, dedicação e não obrigação, por isso ela se destaca: sabe como fazer e faz por opção”.
Outra realidade e a mesma paixão pelo tênis de mesa
Caio Bacaicôa, 23, vítima de acidente automobilístico aos 17 anos, também é cadeirante e trocou o sedentarismo pelo tênis de mesa. “Apesar de superados os traumas e da aceitação da nova realidade de vida, fiquei muito sedentário”. “No final do ano passado conheci a Dani através de outros cadeirantes que já treinavam e, apesar da indecisão inicial, comecei a praticar também. “O tênis de mesa estava sendo uma experiência muito positiva, eu diria renovadora… o esporte faz bem ao físico, ao psicológico e ao social”. “Infelizmente, os treinos foram interrompidos logo no início da nova administração pública e ainda não sabemos o rumo que o esporte para o portador de necessidades especiais irá tomar”, desabafou Caio.
Com muitas dificuldades a serem superadas pela falta de apoio do município e da iniciativa privada; a continuidade e prosperidade desse relevante trabalho aguardam a adesão de novos patrocinadores e, ajuda dos governos estadual e ou federal, através da liberação de verbas para projetos dessa natureza.
Fala: Dr. Renato Augusto Durante – Fisioterapeuta”
O esporte é muito importante para o sentimento de que tudo é possível dentro das limitações e adaptações para execução daquilo que deseja fazer ou praticar.
O Tênis de Mesa traz além da atividade física, ganho em confiança e na autoestima, sendo um dos principais benefícios promovidos pela modalidade aos portadores de alguma deficiência que procuram um esporte para praticar.
É imprescindível respeitar as limitações, adequando modalidades e objetivos pessoais.
É preciso haver acompanhamento e muita atenção na hora de executar um movimento.
É necessário respeitar todas as normas de segurança, evitando novos acidentes e o mais importante, estimular sempre o desenvolvimento da potencialidade individual.” Dr. Renato Augusto DuranteFisioterapeuta
Preparadora física: Glaucia Rizzo ela é a personal de treino na academia 100% MULHER.