Waldner! A lenda, o mito! Campeão dá adeus oficial ao Tênis de Mesa
Jan Ove Waldner!! Só o nome já causa comoção!! Conhecido e reverenciado em todo o mundo do Tênis de Mesa, disse adeus às mesas neste 11 de fevereiro oficialmente. Já há muito tempo fora da seleção sueca, por opção, Waldner amava o Tênis de Mesa e ainda disputava a Liga em seu país, mesmo com os avançados cinquenta anos de idade. Único campeão Olímpico não asiático, Waldner, a lenda, deixará saudades, conquistou vários títulos mundiais individual, em duplas e por equipes. Conseguindo silenciar um ginásio lotado na China na final de um Mundial que ele atuou novamente com brilhantismo. Brindando e reconhecendo todo seu caminho do Tênis de Mesa, ele foi selo em seu país, e mais do que um reconhecimento, foi homenageado e também foi selo no país do Tênis de Mesa, a China.
Confira a baixo um relato sobre a trajetória do mito Waldner, feito por Fran Camargo, que acompanhou de perto sua trajetória:
Com apenas 11 anos de idade J.O. Waldner já integrava a elite do tênis de mesa da Suécia, mas não era apenas na sua categoria, ele estava entre os adultos também. Isto mostra o fenômeno que começava a surgir para o mundo sueco e mesa-tenístico. Além de ser um E.T. (extra terrestre) teve a sorte de contar com alguns parceiros que o ajudaram a se projetar ainda mais (Appelgren, Lind, Karlsson, Person…).
Não existem adjetivos suficientes para descrever a altura a genialidade de Waldner. Bi-Campeão Mundial individual, Medalha de Ouro nos Jogos Olímpicos, Quatro vezes Campeão Mundial por equipes e muito, muito mais… Waldner é uma lenda no seu país, na Europa e no mundo do Tênis de Mesa, mas a maior prova da sua capacidade extraordinária é o reconhecimento que ele tem na China. A China, que tem dezenas de campeões mundiais e olímpicos, revência Waldner.
Quem pôde ver o Waldner jogar no ápice de sua carreira é um privilegiado. Ele era um multe especialista, sabia jogar como ninguém atacando, se defendendo, contra-atacando, dono de um saques mortal e recepcionava os serviços como se a bola não tive nenhum efeito. Imprevisível, ele mudava de atitude sem nenhuma dificuldade e ainda com maestria.
Waldner era capaz de atrair grandes públicos por onde passou. Não importava se ganharia ou não o evento com sua equipe ou individualmente, as pessoas queriam saborear das suas jogadas inusitadas e de efeito. Sabendo das suas possibilidades e até abusando delas, Waldner dava show. Muitas vezes perdia jogos em prol de fazer o público vibrar e delirar nas arquibancadas.
A Suécia ganhara por três mundiais o título por equipes 1989, 1991 e 1993 (sempre tendo Waldner como sua principal figura). Em 1995 a China promoveu o Mundial em Tienjing. Tudo estava preparado para uma vitória esmagadora. Ginásio completamente lotada, cerca de 40 mil pessoas, transmissão ao vivo para todo o país. A China venceu por apertados 3 x 2. E Waldner venceu suas duas partidas de forma brilhante chegando a calar os espetadores e colocar muita tensão na final. Talvez uma destas duas vitórias possa ilustrar sua competência e talento. Ele enfrentou no seu primeiro jogo Wang Tao. O chinês um dos 4 melhores do mundo naquela época, era conhecido como a Muralha da China. Ele jogava a base de bloqueios e contra-ataques, uma parede na defesa com fulminantes contra-ataques. Todos imaginaram que Waldner teria que atacar muito e com extrema competência para poder sair vencedor. Começa o jogo com Waldner sacando bolas longas, nas esquinas da mesa. Depois, ele devolvia todos os serviços de Wang Tao com bolas longas e também nas esquinas. Sua estratégia: transformar o maior bloqueador no melhor atacante. Mais ou menos assim: “Ah é, você defende muito? Vou ter muito trabalho atacando para vencê-lo? Então quem vai atacar é você e eu vou defender e contra-atacar.” Ninguém podia crer no que estavam vendo. Um show de estratégia, técnica, concentração e habilidade.
Um outro exemplo parecido com esse aconteceu na final do Mundial na Inglaterra quando Waldner venceu na final o ainda jovem Vladimir Samsonov. Todos conheciam a maestria dos golpes e jogadas controladas de Samsonov. Um jogador extraordinário no controle ofensivo, mas com muito mais eficiência nas Trocas de Bolas e jogo defensivo no lado do seu backhand. Sabendo disso Wandner “martelou” o jogo todo com bolas no lado do forehand de Samsonov. Tirou Sansonov da sua zona de conforto e conquistou o título de forma brilhante.
Como foi dito no início do texto não tem como mensurar a grandiosidade e genialidade de J. O. Waldner. Fica aqui nossa homenagem de quem escreveu de forma maravilhosa seu nome na história do tênis de mesa.