Um ano após Nanquim, Hugo Calderano relembra caminho para o bronze

Um ano após Nanquim, Hugo Calderano relembra caminho para o bronze

Carioca de 19 anos já fez história em 2014 e 2015 – agora ele quer brilhar em 2016

Ontem, Hugo Calderano escrevia um dos principais capítulos na história do tênis de mesa brasileiro: a primeira medalha olímpica. Com uma vitória sobre o taiwanês Heng-Wei Yang, o carioca garantiu a medalha de bronze nos Jogos Olímpicos da Juventude, em Nanquim – um ano depois, sua carreira meteórica segue a todo vapor.

A medalha foi um dos momentos mais marcantes da minha carreira até agora, e o que eu acho muito bom é que mesmo tendo sido um feito histórico, percebo que já evolui muito de Nanquim pra cá”, destaca Calderano.

E essa evolução é realmente notável. No mês seguinte à conquista na China, Hugo começou sua trajetória na Europa: passou a defender o Liebherr Ochsenhausen, da Alemanha. Fez uma grande temporada em uma das mais fortes Ligas do mundo – com direito a vitória sobre a lenda Timo Boll – e teve seu contrato renovado por dois anos.

Antes, em fevereiro de 2015, ao lado de Gustavo Tsuboi, atingiu o melhor resultado da história das Américas em uma etapa da série Super do Circuito Mundial, realizada no Qatar: prata no torneio de duplas. Há um mês, selou a vaga para os Jogos Olímpicos do Rio em 2016 com um título Pan-Americano que não vinha para o Brasil desde 1995, com Hugo Hoyama.

Contudo, ainda que aos olhos do grande público a medalha em Nanquim possa parecer o primeiro grande passo na carreira promissora do jovem mesatenista, o próprio Calderano destaca que o bronze coroou um crescimento que já vinha acontecendo.

“Não me senti entrando em um novo patamar depois da minha conquista. Acho que outros acontecimentos me deixaram num patamar mais alto, como eu subir aproximadamente 200 posições em um ano no ranking mundial e figurar entre os top 100 com apenas 17 anos”, lembrou.

A escalada no ranking mundial aconteceu devido aos ótimos resultados obtidos desde o início de 2014. Em janeiro, ele foi o primeiro brasileiro a chegar à decisão da fase final do Circuito Mundial juvenil, e ficou com a prata. No mês seguinte, duas medalhas de bronze nos torneios sub-21 dos Abertos do Qatar e do Kuwait levaram o carioca à 95ª posição – bem longe da 261ª ocupada um ano antes.

Eram fortes prenúncios do que acabaria acontecendo em Nanquim, em agosto. Hoje, um ano depois, uma cena ainda não saiu da cabeça de Hugo Calderano, quando teve a certeza que estaria no pódio.

“O momento mais marcante foi quando eu ganhei o último ponto. Joguei minha raquete pro alto e fui abraçar o Paco, que estava comigo de técnico”, recordou o mesatenista, citando o treinador Francisco Arado.

Mas se engana quem pensa que a campanha com seis vitórias e apenas uma derrota – diante do japonês Yuto Muramatsu, atual 26º do mundo, na semifinal – teve algum momento de tranquilidade. No duelo com Yang, valendo o bronze, Calderano venceu os três primeiros sets, perdeu os dois seguintes e viu o adversário se aproximar do empate com uma vantagem de 7 a 4. Mesmo assim, conseguiu reverter, demonstrando todo o foco necessário para seguir buscando novos desafios na carreira.

“Naquele momento eu só procurava continuar concentrado e tranquilo, o que não era uma tarefa fácil. Se eu perdesse aquele set teria que ir para o 7º set com um peso imenso nos ombros de ter desperdiçado a oportunidade, de estar liderando por 3 a 0”, analisou o mesatenista.

Medalha no pescoço, novos objetivos à frente. Classificado para encarar seus primeiros Jogos Olímpicos, em sua cidade natal, Hugo Calderano aposta no bom retrospecto em grandes competições, lembrando também de sua atuação em Toronto, nos Jogos Pan-Americanos, onde foi campeão individual e por equipes.

“Até hoje, sempre que disputei competições multiesportivas, como o Pan e em Nanquim, fui bem sucedido. Isso sem dúvida me dá uma grande experiência e vai me ajudar muito em 2016”, projetou o brasileiro.

A Confederação Brasileira de Tênis de Mesa conta com recursos da Lei Agnelo/Piva (Comitê Olímpico do Brasil e Comitê Paralímpico Brasileiro) – Lei de Incentivo Fiscal e Governo Federal – Ministério do Esporte.

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